Temporal derruba 98 mil árvores na Serra de Sintra
Depressão Martinho causou estragos graves em 280 hectares de floresta, obrigando a intervenções de emergência e investimentos de milhões.
A tempestade Martinho deixou um rasto de destruição na Serra de Sintra, com a queda de cerca de 98 mil árvores em 280 hectares de floresta, segundo a Parques de Sintra-Monte da Lua. Destes, 89 hectares registaram danos muito graves, onde as árvores estão entrelaçadas umas nas outras, dificultando a remoção.
O diagnóstico foi feito com recurso a drones e inspeções no terreno, e confirmou o impacto brutal do mau tempo, que teve ventos até 169 km/h e chuva intensa, após semanas de solo saturado. “É difícil que alguma coisa fique de pé”, comentou Sofia Cruz, presidente da Parques de Sintra, explicando que a direção invulgar dos ventos — de sul — e o relevo acidentado agravaram os estragos.
As zonas mais afetadas incluem o Parque da Pena, o Castelo dos Mouros e o Convento dos Capuchos, com danos em árvores, muros e taludes. No total, foram identificadas 12 intervenções urgentes no património construído, com um investimento de 1,5 milhões de euros.
No terreno, decorrem já ações de limpeza e estabilização, com prioridade para dois lotes de 89 hectares, onde será feita a remoção intensiva das árvores até ao início do período crítico de incêndios, dentro de três meses. Este trabalho será suspenso durante o verão e retomado em setembro, com previsão de conclusão até ao final do ano.
Paralelamente, está a ser elaborado um plano para recuperar as áreas afetadas, focado na plantação de espécies autóctones e na proteção contra erosão. A recuperação completa da floresta pode demorar até dois anos e custar cerca de 1,2 milhões de euros.
Apesar dos estragos, não foram identificados animais afetados diretamente. Algumas zonas do Parque da Pena, do Castelo dos Mouros e do Convento dos Capuchos deverão reabrir já no dia 8 de abril.